SEGUNDA PARADA: ESTAÇÃO “QUEM É VOCÊ”?

autoria: Indira Moretti

 

Quem é esse alguém tão perto?

Certamente é alguém que, independente do tipo de vínculo, assim como a presença ou ausência deste, assim como você e eu, é um Sapiens complexo e extraordinário, repleto de possibilidades, assim como nós.

Que também veio a estar por razões que, claras ou ainda por se apresentarem, certamente também veio a estar por alguma razão.

Agora, bem mais de perto, dentro e fora deste “vagão”, percorrendo momentaneamente os mesmos trilhos estamos nós, estão nossos olhos.

Quem é esse alguém por perto?

O melhor projeto que vida pode nos oferecer é nos dar a oportunidade de participar na criação/educação de outro Sapiens.

Porque neste processo, onde ilusoriamente entramos acreditando que vamos ensinar, aprendemos a aprender.

E se de repente supormos que podemos definir formas e modelar, descobrimos que estamos sendo modelados paulatinamente.

Porque “damos de cara” com nós mesmos frente aos embates e desafios não planejados, nem pressupostos que essa relação nos traz.

Então temos de nos reinventar o Tempo todo em busca de respostas.

Com espelhos por todos os lados, “damos de cara” conosco em nossas falas e comportamentos.

Desafiamos limites físicos e emocionais, descobrimos um jeito de amar que jamais poderíamos pressupor ou descrever apenas por viajar nos territórios da imaginação ou intelectualidade.

E quando pensamos em ensinar, novamente aprendemos, enxergando-nos dentro de um processo ou face a face com nossos filhos.

Tudo aquilo que com os olhos físicos podemos absorver e interpretar é válido à primeira fase do processo.

Quando insistimos em olhar, agora com intensão de apreender, conseguimos observar nuances de um estado emocional que se revelam sutilmente, sem serem verbalizadas, que requerem atenção e empatia, não só com eles, mas conosco.

Ao insistirmos em observar, aproveitando a viajem, serena ou não, por sobre os trilhos, antes que chegue na próxima estação, revelam-se outros olhares, outras observações. Comportamentos, atitudes que na margem do Tempo se apresentam, nos encantam, nos desafiam.

E creia-me, é na riqueza do diálogo, da comunicação, que nos aprofundamos nesse desvendar, revelando onde e com quem estamos, para onde vamos, os porquês e as intensões.