OS OLHOS?

autoria: Indira Moretti

 

Naquele momento,

Longe de impulso irrefletido ser,

Ousou o braço esticar,

Sem que a mão pudesse alcançar…

O que os olhos supunham ser.

 

Ainda com os olhos a fitar,

Por um instante duvidou.

Eis o braço a recuar,

Mão vazia a desejar,

O que os olhos faziam crer.

 

Debateu-se: dúvida e esperança.

Sorriu, chorou e amparou-se

Como se por um instante não soubesse.

Como se a mão não alcançasse,

O que os olhos sabiam ser.

 

Então lembrou da velha criança

E do vigor de quem acredita,

Pois que sonha, facilita.

Ponta dos pés, braço alongar:

E então tocou…

 

Silenciou, sem agarrar,

Ao perceber as circunstâncias,

Pois sem ser fácil, era difícil.

Mão espalmada, amparou,

O que os olhos não abrangiam ver.

 

Agradeceu!

Eternamente grata!