NONA PARADA: CONSUMIDO

autoria: Indira Moretti

 

Sábio “eu” que nos consome

Na dicotomia da vida.

Entre o inferno e o céu

Deixando escapar penachos.

Pelos caminhos aromas e espinhos.

Este “eu” que vive a sofrer,

Sem precisão,

Saberá da vida um pouco mais.

Bem sei o porquê:

Eis que a vida insiste em ensinar.

Minando nossa alma,

Lesando o calcanhar.

Sábio “eu” que nos consome

Nesta infame dicotomia.

Insistindo em olhar,

Aprendendo a perdoar,

Antevendo e transpondo.

Noite e dia já não mais nos aborrecemos.

Não remoemos, nem ruminamos.

Destilamos!

Depois caminhamos como quem sabe.

Como quem percebe.

O palco da vida é o lugar.

Na berlinda, no sufoco,

Também temos que atuar.