OITAVA PARADA: VARAL
autoria: Indira Moretti
Havia sangue, havia dor em toda aquela insistência.
Suor e esforço para edificar.
Peças bem pregadas no varal.
Fixas, estáveis.
Eis um vento forte a incomodar.
Chuva? Nem pensar!
Um grande jugo sobre si.
Sabiamente não consolou as faltas.
Nem as evidentes, nem as que insistiam em negar…
Pisoteando no molhado, jurando estar seco.
O varal…
Qualquer vento, não o estremece.
Brisa leve?
Não desmerece!
No horizonte algo novo.
Que se assemelhava crítico.
No entanto, eis que,
Com suavidade,
Era uma faísca.
O varal…
Qualquer fogo, não o estremece.
As faíscas?
Não desmerece!
Olhos sempre atentos,
Ouvidos bem dispostos,
Abriu os portões.
E chacoalhou o tal varal.
Sempre foi assim?
Que assim seja!