JANELAS

– autoria: Indira Moretti

 

Há janelas no Tempo, que se abrem e se fecham.

Fazendo-nos transitar entre o sim e o não.

São as mesmas que nos indagam,

Nas escolhas da direção.

 

Há janelas silenciosas de se abrir,

Outras tantas emperradas pelo Tempo.

As que emanam luz, só de pensar…

Outras que rangem, barulhentas, um tormento.

 

Há janelas sempre novas para criar,

Outra pronta pra surgir, se revelar.

Boa aquela que nos deixa percorrer,

Ida e volta, possibilitando novo olhar.

 

Há janelas que são nossas, outras não.

Que se abrem sem nenhuma discrição.

Trazem ventos, tempestades, erosão,

Vá varrendo-as de perto do coração.

 

Há janelas que nascem na insensatez,

Que podem sim fazer brotar e florescer.

Que se abrem e nos prendem por momentos,

E se perdem no próximo alvorecer.

 

Há janelas que anunciam retidão,

São janelas para as coisas simples da vida.

Brisa leva, tarde de sol, luar quem sabe…

Que nos refazem… Que nos tratam as feridas.