Do Tempo – DEVIDO…
NO DEVIDO TEMPO
– autoria: Indira Moretti
Então, desejoso de empreender uma viagem a lugares distantes, algo que não havia realizado até então, aquele Homem chamou a si seus três melhores gerentes e disse:
“Precisarei viajar a países distantes. Não poderei guia-los no rumo dos meus negócios, mas sei que vocês já aprenderam o suficiente para prosseguirem cuidando do meu patrimônio enquanto me ausento”.
Após uma breve pausa:
“Voltarei no devido Tempo. Divido igualmente as responsabilidades e valores patrimoniais entre vocês. Cuidem do que me pertence, cobrarei os resultados ao retornar.”
Diferentes que eram, aceitaram não só a confiança, mas o desafio e se dispuseram a assumir as responsabilidades.
O Homem viajou.
No devido Tempo, ao retornar, chamou a si os três gerentes e pediu-lhes que apresentassem os resultados.
O Primeiro, como quem não espera o retorno ainda, sentiu-se surpreendido e de forma imodesta e impaciente foi logo se justificando:
“O Senhor se ausentou por muito Tempo, eu fiz o melhor que pude, mas não pude fazer o melhor… Não tenho como lhe prestar contas porque o patrimônio se diluiu… O que tenho a apresentar são dívidas residuais dos inúmeros percalços que enfrentei com a sua ausência.”
Sem nada dizer, o Homem dirigiu o olhar para o Segundo e pediu que lhe apresentasse os resultados.
“Como disse o colega… O Senhor se ausentou por muito Tempo, mas voltou antes do Tempo que previ. Portanto não tive todo o Tempo que previ, mas guardei direitinho e muito bem tudo o que me confiaste. Devolvo-lhe integralmente todo o seu patrimônio, na mesma proporção em que me entregaste.”
Mais uma vez, sem nada dizer, o Homem voltou sua atenção para o Terceiro e lhe pediu que apresentasse os resultados.
“Assim como disseram os colegas, o Senhor se ausentou por longo Tempo. O Tempo em que o Senhor esteve ausente foi, cronologicamente, o mesmo para todos nós. Senti sua falta e houve momentos em que não sabia o que fazer, mas como não sabia quando voltaria, procurei fazer O MEU MELHOR dentro do Tempo que me deste. O Senhor confiou-me tal proporção de seu patrimônio, mas o Tempo deu-me a oportunidade de aumenta-lo…
Empreendi desafios, corri riscos, senti frio, passei raiva, perdi o sono, tive medo, mas insisti. Devolvo-lhe o dobro do patrimônio que a mim confiaste…, mas antes, preciso lhe agradecer, pois na mesma proporção em que seus bens foram se multiplicando, minhas capacidades e potencialidades também aumentaram. Sou um Homem muito melhor, e mais competente que antes!”
Sabe…
Somos nós que escolhemos, através de nossas atitudes, quem desejamos ser, o que podemos e desejamos oferecer ao mundo e a nós mesmos.
(…qualquer semelhança com a narrativa de um Grande Instrutor, há mais de dois mil anos, não é mera coincidência).