DIGNO DE NOTA II/III

FRAQUEZA E FORÇA

– autoria: Indira Moretti

 

Se a mesma força

E a tal fraqueza,

Foram postas juntas,

Na mesma mesa.

 

Ambas dispostas a trabalhar,

Diferentes formas de enxergar.

Juntas no vão do Tempo,

Enfrentando os contratempos.

 

Lapidando-nos no dia-a-dia,

Equilibrando medo e valentia.

Para que se possa enxergar além,

Sem precisar ferir ninguém.

 

Nada disso é tão somente,

O que se projeta em nossa mente,

Pois essa tal força… Essa tal fraqueza…

Caminham juntas com sutileza.

 

Sem ser somente o que meramente aparentam,

Revezam-se na forma em que se apresentam.

 

O mesmo medo que gera hesitação,

Faz-nos rever os planos de nossa missão.

 

Sem que seja preciso fixar nosso pé,

O medo recorre à esperança e à fé.

 

A raiva que fere quando desmedida,

Faz-nos traçar planos para mudar a vida.

Primeiro nos desperta desconforto com o atual,

Depois, alia-se à sabedoria para melhor dosar o sal.

 

Nada é tão somente o que aparenta ser,

Pois há sempre algo novo para se aprender.

O que foi no Tempo deixado para traz…

O que se transforma, o que ganha vida, o que se refaz.

 

Ninguém é tão somente o que os outros dizem,

Onde se alinham tais diretrizes?

Se no Tempo vamos nos transformando,

Formas que se perdem, outras que vão chegando.

 

De uma coisa tenho certeza,

É mais fácil vangloriar-se da força,

Sem assumir a fraqueza.

 

Pois requer muita franqueza,

Saber dosar com sutileza,

Ao pôr ambas sobre a mesa.

 

Pode até ser um perigo,

Mas não! Jamais será castigo!

Se o teor de tal ação não for áspero e abrasivo.

 

Fraqueza e força num só mirar,

Sabedoria para enxergar.

Olhar além ao dosar o que há de real valor.

Fazer o que é preciso, sem passar como um trator.