Pelo Amor à Equipe

 

COM AMOR E SEM PIEDADE

– autoria: Indira Moretti

 

Desenvolver pessoas é arte, tal como esculpir, pintar uma tela ou tocar um instrumento.

Cada pedra, cada tom, cada acorde pensado e repensado com amor, com cuidado e sem piedade.

É isso mesmo! Com amor e sem piedade!

Com amor, porque só conseguimos desenvolver pessoas se as olharmos de perto, nos preocuparmos, olharmos atentamente, refletirmos, repensarmos, investirmos em orientação, condução nos processos, revisão de estratégias, cobrando empenho e festejando conquistas.

Ao extrairmos da natureza vários diamantes brutos, sabemos que virão em diferentes formatos, características e tamanhos. Estabelecer uma única forma para o tratamento de todos eles, certamente não seria a melhor estratégia, nem do ponto de vista da “arte”, nem do ponto de vista “econômico”.

Como líderes, conseguimos fazer isso através do envolvimento e preocupação franca com cada indivíduo particularmente e com a equipe coletivamente – envolvimento e preocupação estes que, emoldurados pela atenção e razoabilidade conduzem a atitudes assertivas, sem esgotar outras ferramentas essenciais à gestão de pessoas.

Com amor e sem piedade…

É isso mesmo! E não se trata de uma contradição.

Sem piedade no sentido de investir, de cobrar, de conduzir o outro a ultrapassar os obstáculos e seus próprios limites. Sem piedade no sentido de estabelecer o ritmo necessário, olhando atento cada passo do processo, para que todos possam continuar, sem esmorecer.

Liderar uma equipe em cenário de grandes mudanças é um desafio muitas vezes interpretado como “solitário”, que caminha pelo terreno da razão, do planejamento estratégico, da sensibilidade administrativa, da emoção, e até mesmo dos imprevistos que nos desafiam de forma extrema, exigindo ajustes de rota.

É um trabalho muitas vezes “solitário” sim, no sentido de decidir, de dar o start, de conduzir e de virar o leme.

Ainda assim, inegavelmente há de se perceber, num olhar atento, que jamais estamos sós – há uma força motriz que mantem tudo conectado e dá força à engrenagem, fomentando ação daqueles que exercem suas posições de liderança com competência e “paixão” pelo que fazem.

Juntos, encontramos os problemas, levantamos as oportunidades de ação, programamos mudanças baseadas na realidade e em circunstâncias singulares.

Inegavelmente, para grande maioria das posições de liderança, os resultados e as responsabilidades são compartilhados e interdependentes de outras áreas das instituições em que atuam, ainda assim as preocupações são válidas e cobram ações imediatas frente a necessárias intervenções.

Mesmo encontrando vigor e prazer em suas práticas, os líderes assumem uma responsabilidade desafiadora, pois são os responsáveis pelos resultados finais de suas entregas.

Sabe por quê?

Porque liderar é conduzir, é ir na frente. Liderar é ação e doação!

Não importa se a posição do líder é operacional ou estratégica, liderar é desafio, é compromisso, é responsabilidade, empenho e aprendizado constante.

É conduzir o grupo com Sol ou com Chuva, com sorrisos ou lágrimas. É acolher os feridos, sabendo que não poderá poupa-los de prosseguir no devido tempo, estimulando-os a prosseguirem, a não esmorecerem diante de desafios.

É conduzir o grupo olhando para frente, com foco no futuro, colhendo e os frutos, festejando as vitórias, enfrentando os desafios e as dificuldades no caminho, desenvolvendo pessoas para que possam amadurecer nos processos de trabalho.

Todos nós, como seres humanos temos o potencial para atuação como líderes, em menor ou maior grau de desenvolvimento, nos diferentes cenários em que atuamos na sociedade.

Portanto, sabemos que o foco está em ações e processos e não em pessoas.

Assim sendo, mesmo sob adversidades, independente da posição de liderança que ocupamos, dentro dos diferentes cenários em que atuamos, “com amor e sem piedade”, que haja união e foco em processos, pois os objetivos são comuns – e os resultados finais também.