AQUELA RAIVA NEM ERA NOSSA…
– autoria: Indira Moretti
Precisamos tomar cuidado ao nos posicionarmos sobre os assuntos pessoais ou coletivos nos diferentes espaços em que interagimos.
…nos impregnaram de raiva. Podemos ser envenenados com aflições e preconceitos que nem de nós emanaram, convencidos de que protestar com liberdade o que quer que seja, desde que saibamos sustentar os argumentos, é ter senso crítico e opinião.
Crítico mesmo é o labirinto das palavras eloquentes dos que agem de modo inconsequente, turvos de visão, turvos nos raciocínios e, não só nas tomadas de decisão, mas também e principalmente quando agem na transmissão de ideias a outros indivíduos.
Quando se vê… Aquela raiva nem era nossa… Aquela ideia é um desalinho…
Equívocos!
Sentir raiva é fácil. É só sentir. Difícil mesmo é “conversar com a raiva” e aprender a doma-la, elucidando ideias e posicionamentos para muito além de nossas preferências pessoais/culturais. Aprendendo a respeitar o espaço e a cultura do outro, a individualidade alheia. Respeitar o que não entendemos, o que não conhecemos e as ideias com as quais não concordamos.
Adotando um posicionamento adequado e não separatista no momento de nos posicionarmos.
E por que domar a raiva?
Porque ninguém se livra dela. A raiva é uma emoção humana e, assim sendo, sempre estará à disposição para ressurgir, eclodir, nos corando a face com rubor, nos acelerando o peito, saltando no olhar ou ainda de forma comedida, oculta, enquanto nos corrói silenciosamente.
É preciso saber doma-la, ordenar que sente-se e, vê-la sentar-se quando a ocasião requer.
A raiva é um cão indócil que dentro de nós habita.
É preciso olhar além, silenciando a fúria, calando a insensatez, olhando além.
Tudo isso é tão difícil quanto possível.
Não é questão de fé, nem de acreditar. É questão de autoconhecimento, de prestar mais atenção a si mesmo e às atitudes. É questão de prestarmos mais atenção em nosso discurso/fala frente as pessoas que se espelham em nós, influenciando-as de forma positiva.
É questão de atitude! Posicionamento, decisão. Exercitar!
Ainda assim, não se iluda, a raiva tem aspectos positivos, aguça nosso senso de justiça quando em sabedoria, a situação requer.
Que aprendamos a usa-la para o bem.